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Centro Cultural Banco do Brasil no Rio realiza debates de ideias sobre os cem anos da Semana de Arte Moderna de 1922

Contingências Antropofágicas / 100 anos depois de 22, com curadoria e mediação de Katia Canton, discute aspectos históricos, estéticos e humanos do movimento modernista.

Para comemorar o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, o Centro Cultural Banco do Brasil apresenta o projeto Contingências Antropofágicas / 100 anos depois de 22, no CCBB Rio de Janeiro, nos dias 11, 12 e 13 de março, às 18h30. O projeto, presencial e gratuito, é patrocinado pelo Banco do Brasil.

Com idealização do escritor e Mestre em Artes Visuais Valdo Resende, curadoria e mediação da jornalista Katia Canton e produção da Kavantan & Associados, de Sonia Kavantan, o debate de ideias propõe reflexões sobre os contextos sócio-históricos que deflagraram a concretização do movimento ocorrido entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo.

O seminário também questiona as influências dessa primeira etapa do modernismo na arte hoje e joga luz sobre os significados de uma busca pela identidade brasileira através da arte. Como a questão da brasilidade toma corpo agora? O diferencial do projeto é que estarão no foco da discussão as contingências em três aspectos – Histórico, Estético e Humano.

Programação CCBB-RIO

Dia 11 de Março, 18h30 – Contingências sócio-históricas – O Significado da Semana

– Denise Mattar – Dona Odila Penteado e as consequências da Semana.

– Priscila Loyde Gomes Figueiredo – Raça, caráter e classe em Mário de Andrade.

Esse primeiro encontro busca discutir a questões primordiais. O que significou a Semana de 22 na cidade de SP? Como era a Paulicéia até a explosão do modernismo, como eram os artistas e como eles se organizaram em torno do movimento? Como a questão da identidade brasileira se configurou e qual o papel singular de Mario de Andrade, autor de Macunaíma, na pesquisa de nossas raízes e vocações?

Dia 12 de Março, 18h30 – Contingências humanas – O Significado do ser moderno hoje

– Carolina Casarin – O Modernismo e a Moda.

– Frederico Coelho – Invenções e Reinvenções do Modernismo.

A contingência tratada aqui articula as especificidades da estética desenvolvida pelos principais artistas que formaram essa primeira fase do modernismo brasileiro. Nas artes visuais, na literatura e na música, como se caracterizou essa produção? Quem eram eles e como foram responsáveis pela representação de uma geração?

Dia 13 de Março, 18h30 

Contingências estéticas: A Composição da Sinfonia Modernista de 22

– Agnaldo FariasO lastro modernista nas artes hoje.

– Marcelo CamposInvisibilidades modernistas.

Essa contingência se liga ao atravessamento do tempo/espaço e do alargamento do conceito modernista até os dias de hoje. Será que aquela é uma Semana que não terminou, como diz o título do livro do jornalista Marcos Augusto Gonçalves? Quais as principais influências que aquele momento nos deixou como herança? O que é mito, o que é verdade?

Dinâmica:

Nos três dias de evento (mesma quantidade de dias da Semana de 1922) haverá dois palestrantes e uma mediadora, com espaço de tempo para perguntas da plateia. O seminário será presencial e terá duas horas de duração.  Cada encontro será aberto pela mediadora que apresentará colocações sobre o tema proposto e apresentará os palestrantes. Na sequência cada palestrante fará sua apresentação. O mediador retomará iniciando questionamentos para os palestrantes e depois o público também poderá fazer perguntas. Ao final, após as considerações finais dos palestrantes, o mediador fará o fechamento.

Depois de São Paulo e Rio de Janeiro, o projeto também acontecerá em Belo Horizonte (dias 1, 2 e 3 de abril, 20h) e Brasília (dias 5, 6 e 7 de maio, 20h).

Ao final de todas as cidades, serão disponibilizados nas redes sociais do CCBB um vídeo com a edição de todas as palestras e uma publicação com a transcrição dos conteúdos. Será emitido certificado digital para a pessoa que comparecer a pelo menos duas palestras. Haverá tradução em libras durante todas as atividades.

Sobre a curadora

Katia Canton é artista visual, escritora, jornalista, professora e curadora. Estudou arquitetura, dança e formou-se jornalista pela ECA USP, em São Paulo. Também estudou literatura e civilização francesas no curso de estudos superiores dado pela Aliança Francesa juntamente com a Universidade de Nancy II. Em 1984 transferiu-se para Paris, com uma bolsa de estudos de dança moderna no estúdio Peter Goss.

Viveu em Nova York por oito anos, onde trabalhou como repórter para vários jornais e revistas e realizou mestrado e doutorado na New York University. Sua pesquisa acadêmica é interdisciplinar e relaciona as artes e os contos de fadas, de várias épocas e culturas do mundo. Trabalhou um ano e meio como bolsista no MoMA, de Nova York, criando projetos de arte e narrativa no departamento de educação. De volta ao Brasil, ingressou como docente na Universidade de São Paulo, sendo professora associada do Museu de Arte Contemporânea (onde foi vice-diretora) e do programa de Pós-graduação Interunidades em Estética e História da Arte.

Seu trabalho artístico é multimídia, incluindo desenho, pintura, fotografia e objetos, e conceitualmente se liga a questões sobre sonho, desejos e narrativas. Tem realizado exposições em museus, galerias e instituições culturais no Brasil e no exterior, desde 2008.

Como autora, além de escrever livros sobre arte, criou mais de 50 livros ilustrados para o público infantil e juvenil, tendo recebido vários prêmios, no Brasil e no exterior. Entre eles, recebeu por três vezes o prêmio Jabuti, prêmios da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

SOBRE O CCBB RJ

O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro funciona na 2ª, 4ª a sábado de 9h às 21h, no domingo de 9h às 20h e fecha na terça-feira. A entrada do público é permitida apenas com apresentação do comprovante de vacinação contra a COVID-19 e uso de máscara. Não é necessária a retirada de ingresso para acessar o prédio, os ingressos para os eventos podem ser retirados previamente no site eventim.com.br ou presencialmente na bilheteria do CCBB.

Serviço:

Contingências Antropofágicas / 100 anos depois de 22

Local: Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro

Período: dias 11, 12 e 13 de março, às 18h30

Ingressos: Agendamento através do site eventim.com.br e bilheteria CCBB

Classificação indicativa: 14 anos. Entrada gratuita

Endereço: R. Primeiro de Março, 66 – Centro, Rio de Janeiro – RJ, 20010-000.

Informações: (21) 3808-2020 e [email protected]

bb.com.br/cultura | twitter.com/ccbb_rio |facebook.com/ccbbrio | instagram.com/ccbbrio

[email protected]

Denise Mattar foi curadora do Museu da Casa Brasileira, SP de 1985 a 1987, do Museu de Arte Moderna de São Paulo, de 1987 a 1989 e do Museu de Arte Moderna RJ de 1990 a 1997.Como curadora independente realizou mostras retrospectivas de artistas como Di Cavalcanti, Flávio de Carvalho (Prêmio APCA), Ismael Nery (Prêmios APCA e ABCA), Pancetti, Anita Malfatti, Samson Flexor (Prêmio APCA), Portinari, Alfredo Volpi, Guignard, entre outras. Em 2019 recebeu novamente o Prêmio APCA pela retrospectiva de Yutaka Toyota apresentada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu de Arte Brasileira da FAAP, São Paulo e Museu Nacional, Brasília, DF. Em 2020 realizou a exposição Iberê Camargo – O Fio de Ariadne, na Fundação Iberê, que itinerou para o Instituto Tomie Ohtake em 2021. Ainda em 2021 apresentou as mostras: Um Celeiro de Artistas, no Museu de Arte Brasileira da FAAP, SP, Sacilotto- A Vibração da Cor, na Galeria Almeida e Dale, SP e 50 Duetos, na Fundação Edson Queiroz em Fortaleza. Em 2022 apresentou Stênio Burgos- Barroco Sertanejo, na Caixa Cultural, São Paulo e O Gênesis segundo Eva, no Museu de Arte Sacra de São Paulo. 

Priscila Figueiredo nasceu em São Paulo, em 1973. É professora de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo, onde desenvolve atualmente duas pesquisas, uma sobre os impasses da representação literária da escravidão ao longo do século 19 brasileiro e outra sobre o livro Os parceiros do rio Bonito, de Antonio Candido (esta última se realiza no âmbito maior de um projeto temático, de caráter interdisciplinar, chamado  “Evolução truncada”,  que tem lugar no CENEDIC, Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania, sediado no Departamento de Sociologia da USP).  Seu mestrado, doutorado e pós-doutorado foram sobre Mário de Andrade. Da primeira pesquisa resultou o livro Em busca do inespecífico, sobre o romance/idílio Amar, verbo intransitivo. Os demais estudos se voltaram para Macunaíma. Sobre este publicou o ensaio “O azarado Macunaíma” (revista Estudos Avançados) e “Tangolo mangolo”, versão integral do mesmo ensaio, na coletânea Literatura e história (com vários autores, Editorial Gradiva, 2016). Priscila prepara um livro com os poemas publicados nos últimos anos em revistas, a maior parte dos quais no site A Terra É Redonda. Até agora, no que diz respeito a esse gênero, lançou Mateus (editora Bem-te-vi, 2011) e a plaquete Poemas de janeiro (Espectro editorial, 2017, tiragem de 100 cópias). Organiza também uma coletânea de ensaios e crônicas suas publicados em revistas acadêmicas e na imprensa. Há anos é colaboradora do site de comunicação Outras Palavras e frequenta desde 2001 o —informalmente chamado — Seminário das Quartas, organizado pelo prof. Paulo Arantes, do Departamento de Filosofia da USP.

Carolina Casarin é doutora pelo Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da UFRJ (2020), mestre pelo Programa de Pós-graduação em Letras Vernáculas da UFRJ (2008), licenciada (2007) e bacharel (2005) em Letras (português-literaturas), também pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É autora do livro O guarda-roupa modernista: o casal Tarsila e Oswald e a moda (Companhia das Letras, 2022), e de diversos ensaios, entre eles “12 de outubro de 1927” (2020), no blog da Biblioteca Virtual do Pensamento Social, “Tarsila em seus vernissages” (2019), na revista Transas: letras y artes de Amércia Latina, “Os modernistas e as roupas” (2018), na revista dObra[s], e “Elegância brasileira” (2017), sobre as fotografias de Chichico Alkmim, no blog do Instituto Moreira Salles. Além de escritora, atua como professora de história do vestuário e da moda, pesquisadora, editora de livros e figurinista. Faz parte do coletivo Encruzilhadas do Sul global: moda e decolonialidade, que integra o grupo de pesquisa DiHCI – Direitos Humanos, Cultura e Identidade. Seu trabalho mais recente como figurinista é a obra dançada Cartas para Mercedesssssss, de 2021, dirigida por Carmen Luz. Em 2018, foi contemplada no Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE) e pôde realizar pesquisas em Paris e Londres, onde levantou material inédito sobre a relação de Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade com a moda francesa. Entre 2013 e 2017 foi professora dos cursos técnico, de graduação e pós-graduação do SENAI CETIQT, no Rio de Janeiro, onde lecionou as disciplinas História da Indumentária, Teoria da Moda, Indumentária Brasileira, Cultura Brasileira e Comunicação Oral e Escrita, orientou trabalhos de conclusão de curso e desenvolveu material didático.

Fred Coelho é pesquisador, escritor, curador e professor de graduação em Literatura e de Pós-Graduação em Literatura, Cultura e Contemporaneidade no Departamento de Letras da PUC-Rio. Se formou e fez Mestrado em História no IFCS da UFRJ. No Doutorado, fez Literatura, pela PUC-Rio. Publicou, entre artigos e organizações, os livros A Semana sem fim – Celebrações e memória da Semana de Arte Moderna de 1922 (Casa da palavra, 2012), Jards Macalé – Eu só faço o que quero (Numa, 2020), Livro ou livro-me – os escritos babilônicos de Hélio Oiticica (EdUERJ, 2010) e Eu, brasileiro, confesso minha culpa e meu pecado – cultura marginal no Brasil 1960/1970 (Civilização Brasileira, 2010). Trabalhou como assistente de curadoria do MAM-Rio entre 2009 e 2011. Escreveu artigos, resenhas e ensaios para revistas e periódicos como Ars, ZumSibilaEstudos HistóricosRomantic Notes, Serrote, Revista de História da Biblioteca NacionalAcervo e Jacarandá. Durante três anos (fevereiro de 2015 a fevereiro de 2018) assinou uma coluna semanal no Segundo Caderno do jornal O Globo. Atualmente é diretor do Solar Grandjean de Montigny, espaço cultural na PUC-Rio.

Agnaldo Farias é professor doutor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Foi Curador Geral do Museu Oscar Niemeyer, de Curitiba, do Instituto Tomie Ohtake (2000/2012) e do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1998/2000). Curador de Exposições Temporárias do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (1990/1992).  Em relação a Bienal de São Paulo, foi Curador Geral da 29a Bienal de São Paulo (2010), da Representação Brasileira da 25ª Bienal de São Paulo (1992) e Curador Adjunto da 23ª Bienal de São Paulo (1996). Curador Internacional da 11a. Bienal de Cuenca, Equador (2011), do Pavilhão Brasileiro da 54a edição da Bienal de Veneza (2011), e Curador Geral da 3a Bienal de Coimbra, 2019. No começo de tudo, em 1972, foi “roadie” (peão do rock) dos Novos Baianos, no álbum “Acabou Chorare. Recebeu o prêmio “Melhor retrospectiva” da Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA, 1994, pela Exposição Nelson Leirner, e o Prêmio Maria Eugênia Franco, da Associação Brasileira de Críticos de Arte – ABCA, pela melhor curadoria de 2011.

Marcelo Campos nasceu, vive e trabalha no Rio de Janeiro. É professor associado do Departamento de Teoria e História da Arte do Instituto de Artes da UERJ. É curador do Museu de Arte do Rio. Foi diretor da Casa França-Brasil entre 2016 e 2017. É professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e membro dos conselhos do Museu do Paço Imperial (RJ) e do Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea (RJ). É doutor em Artes Visuais pelo PPGAV da Escola de Belas Artes da UFRJ (2005). Desenvolveu tese de doutorado sobre o conceito de brasilidade na arte contemporânea. Possui textos publicados sobre arte brasileira em periódicos, livros e catálogos nacionais e internacionais. No livro “Escultura Contemporânea no Brasil: reflexões em dez percursos” (Salvador: Editora Caramurê, 2016), Campos revê suas análises e inclui parte significativa da produção moderna e contemporânea brasileira em um levantamento de mais de 90 artistas. Desde 2004, realiza curadoria de exposições em diversas instituições no Brasil, dentre as quais são destacadas algumas a seguir. As matrizes africanas e afro-brasileiras são pesquisadas em exposições como “Bispo do Rosário, um canto, dois sertões”, no Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea, em 2015; “Orixás”, Casa França Brasil, 2016; “O Rio do Samba: resistência e reinvenção”, Museu de Arte do Rio (MAR), 2018, junto com Evandro Salles, Nei Lopes e Clarissa Diniz. Em 2018, uma grande exposição atualizou o mapeamento da região Nordeste, incluindo pesquisa e trabalho de campo em todos os estados da região, junto com os curadores Clarissa Diniz e Bitú Cassundé, resultando numa mostra de grande porte no Sesc 24 de maio, em São Paulo. Atualmente, coordena pesquisas sobre artistas afrodescendentes no Projeto de extensão “Arte e Afrobrasilidade”.

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