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Evite queda de cabelo no tratamento quimioterápico

Crioterapia evita queda de cabelos durante tratamento quimioterápico e reduz índices de depressão entre pacientes

 

Especialistas explicam técnica que utiliza aparelho médico com touca gelada para resfriar o couro cabeludo, criando uma barreira que protege os folículos capilares; Procedimento é seguro para mulheres diagnosticadas com câncer de mama e seus bons resultados geram reflexos positivos à autoestima, colaborando diretamente para eficácia no tratamento da doença

 

Após receber o diagnóstico de câncer, surgem as mais variadas dúvidas sobre as formas de tratamento e seus efeitos colaterais. No caso das mulheres, um dos mais temidos é a perda de cabelos ocasionada pela quimioterapia. Essa aflição, muitas vezes, se sobrepõe inclusive aos resultados positivos da terapêutica e leva a um elevado risco de problemas secundários como autoestima baixa, ansiedade, estresse e depressão. Segundo especialistas, o impacto psicológico é ainda maior quando se trata de câncer de mama, neoplasia maligna que mais atinge o sexo feminino, sendo responsável 28% do total de casos diagnosticados entre este grupo em 2016, um universo que representa 60 mil pessoas, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

“É preciso destacar que mulheres com câncer de mama passam por um turbilhão emocional que tem início no momento em que descobrem a condição e continua, com altos e baixos, ao longo de todo o processo de tratamento. O diagnóstico desse tipo de tumor, em especial, gera inseguranças relacionadas aos desdobramentos que a doença provocará na imagem da paciente. Por isso, é preciso garantir não apenas que seja realizado o devido acompanhamento da condição em si, como também atentar aos aspectos psicológicos”, explica o Dr. Daniel Gimenes, oncologista do Centro Paulista de Oncologia – CPO (Grupo Oncoclínicas).

Neste sentido, um procedimento que aumenta as chances de preservação dos fios nos processos de quimioterapia tem sido considerado um importante aliado para a melhora do equilíbrio emocional em mulheres em tratamento contra o câncer de mama. A técnica, chamada de Crioterapia ou Scalp Cooling (em inglês), consiste no uso de uma touca gelada, que resfria o couro cabeludo, levando à contração dos vasos sanguíneos e, desta forma, cria uma espécie de capa protetora que preserva os folículos capilares.

“Não há números apurados sobre a eficácia do uso desta técnica no Brasil, considerando que ela foi aprovada pela Anvisa no início de 2015. Contudo, pesquisas realizadas em vários países da Europa, onde sua aplicação já vinha sendo feita ao longo dos últimos anos,  mostram que  a redução da taxa de alopecia variou de 49% até 100% em mais de 2 mil pacientes avaliadas. Isso significa que a queda de cabelos foi nula ou praticamente imperceptível em boa parte dos casos”, diz o Dr. Daniel.

Essa percepção é reforçada pela oncologista Daniele Ferreira, da Oncoclínica Centro de Tratamento Oncológico – unidade do Grupo Oncoclínicas no Rio de Janeiro, que destaca ainda a eficácia da técnica para além de um simples efeito imediato.  “Um dos benefícios da técnica é sua funcionalidade além do período de aplicação. Desde 2016 utilizamos a crioterapia no Rio e temos tido muitos resultados positivos, com boas taxas de satisfação dos pacientes”, avalia.

Entenda como funciona a Crioterapia

Um capacete revestido por um gel em temperatura de 4º C é conectado por meio de um tubo a uma máquina que se assemelha a um circulador de ar. Colocado sobre a cabeça do paciente 60 minutos antes da infusão de quimioterapia, a touca permanece sendo usada durante toda a aplicação do quimioterápico e só é retirada cerca de uma hora após a aplicação completa do medicamento. Todo o processo dura em torno de três a quatro horas.

“Esse dispositivo gelado causa uma sensação térmica de aproximadamente 15º C e, em geral, é bem tolerada. Em alguns casos pode haver queixa de dor de cabeça, tontura e sensação de frio, mas tais sintomas não são considerados como fatores que levem à desistência do procedimento pelos pacientes, graças aos bons resultados alcançados”, ressalta o Dr. Daniel.

Esse resfriamento do couro cabeludo diminui o fluxo sanguíneo para a raiz de cada fio, fazendo com o que folículo capilar fique menos suscetível à agressão dos quimioterápicos e, portanto, menos propenso ao risco de queda. “Mesmo acontecendo o resfriamento do couro cabeludo apenas um pouco antes da quimioterapia, durante e um pouco depois, o efeito de proteção dos folículos se mantem ao longo de semanas de intervalos entre uma aplicação eu outra de quimioterapia. É um método seguro e bem tolerado”, frisa a Dra. Daniele.

Todavia, os especialistas lembram que o nível de preservação do cabelo está relacionado ao tipo de quimioterápico empregado. Considerando as drogas mais fortes, que levariam à queda total dos fios, é possível reduzir o índice de perda para 20% a 30%. “Isso significa que o uso de peruca ou lenços se torna desnecessário na maioria das situações, contribuindo amplamente para a autoestima das mulheres em tratamento”, pontua o Dr. Daniel.

A crioterapia pode ser aplicada em pacientes diagnosticados com outros tipos de câncer, tendo o mesmo potencial de eficácia, mas há restrições. A contraindicação acontece para quem tem câncer hematológico (que afeta o sangue), como leucemia e linfoma. Pessoas que apresentam alergia no couro cabeludo também não devem fazer o tratamento.

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Redação Rio Notícias

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